sábado, 23 de janeiro de 2016

45 Anos

                Por “45 Anos”(45 Years) Charlotte Rampling  dona de 22 prêmios internacionais é candidata ao seu primeiro Oscar. Ela faz a mulher de um antigo campeão olímpico que se prepara para comemorar com eles seus 45 anos de casada. Nas vésperas, o marido recebe uma carta em alemão, idioma que não domina bem, avisando que acharam congelado, na neve, o corpo de sua antiga namorada. Este romance nunca foi revelado á mulher com quem reza um eterno amor. E abala a festa dos 45.
                O filme dirigido por Andrew Haigh(é seu segundo longa metragem)tem roteiro dele com base numa historia de David Constantine. Pode-se dizer que se exime de lances dramáticos. Corre a vida, com suas surpresas e sua rotina, focando duas pessoas idosas que alimentam a vitória de estarem juntas por largo período e se dedicarem como autenticas “almas gêmeas”. E isso exige muito dos atores. Rampling e Tom Courtnay merecem aplausos (e se foss no teatro, onde cabe a historia, receberiam logo). Seria ótimo se agora Hollywood premiasse Charlotte. Mas vai ser difícil, e é indesculpável o esquecimento de Tom, comediante de 51 filmes a notar “O Mundo de Billy Liar”, “Rei de um Inferno” e coadjuvante de clássicos como “Dr Jivago” e “A Noite dos Generais”.
                Tom, Charlotte e o filme são ingleses. O diretor também. Há um toque do melhor David Lean. Um quadro de família a lembrar o “Amor” de Trintignant & Riva sem aquele fecho de tragédia.

                Oxalá o filme chegue por aqui, e eu penso que só pode acontecer numa sala especial e agora com o Cine Estação em projetor digital a oportunidade aumenta.

Um comentário:

  1. Cine Estação irá ganhar o tão sonhado projetor digital, deixando de exibir filmes em Datashow?

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