sábado, 9 de abril de 2016

Caligari



 Quando o nazismo abriu as suas asas na Alemanha os artistas inventaram o expressionismo como forma de ver o fantasma politico nascente. O gênero “terror” era o preferido. E no cinema surgiu “O Gabinete do dr Caligari”,uma historia do húngaro Hans Janowitz(1890-1954) roteirizada pelo conterrâneo dele Carl Mayer(1894-1944) o mesmo que iria inspirar Murnau na obra-prima “Aurora”(Sunrise/1929). Para dirigir o filme chamou-se Robert Wiene (1873-1938), alemão que fugiu dos nazistas indo para a França, onde morreu.
                O expressionismo, tanto na pintura como no cinema, exigia o contraste do claro e escuro como a forma de dimensionar o que deveria trazer a expressão do medo. E Caligari brincava com isso. Um louco contava a outro louco uma historia que envolvia um assassino singular (esguio, sempre pintado, o que um historiador chamou de “monstro elegante”). As casas eram pintadas de forma tortuosa, como as ruas. Nada se parecia com a realidade ambiente. Essa imagem trabalhada na cenografia usava as sombras de pontuação. O nazismo seria, portanto, esse personagem fantasmagórico que surgia da mente desvairada de internos em hospício.
                O filme criou uma escola. E ela sobreviveu ao horror de Hitler. Sem o alicerce expressionista não teria existido o “filme noir” que surgiu na Hollywood dos anos 1940.

                Impossível estudar historia do cinema sem conhecer “Caligari”. Hoje ele faz a Sessão com Musica do Olympia(o original , de 1920, é mudo). Classico legitimo.

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