Quando o nazismo
abriu as suas asas na Alemanha os artistas inventaram o expressionismo como
forma de ver o fantasma politico nascente. O gênero “terror” era o preferido. E
no cinema surgiu “O Gabinete do dr Caligari”,uma historia do húngaro Hans Janowitz(1890-1954)
roteirizada pelo conterrâneo dele Carl Mayer(1894-1944) o mesmo que iria
inspirar Murnau na obra-prima “Aurora”(Sunrise/1929). Para dirigir o filme chamou-se
Robert Wiene (1873-1938), alemão que fugiu dos nazistas indo para a França,
onde morreu.
O
expressionismo, tanto na pintura como no cinema, exigia o contraste do claro e
escuro como a forma de dimensionar o que deveria trazer a expressão do medo. E
Caligari brincava com isso. Um louco contava a outro louco uma historia que
envolvia um assassino singular (esguio, sempre pintado, o que um historiador
chamou de “monstro elegante”). As casas eram pintadas de forma tortuosa, como
as ruas. Nada se parecia com a realidade ambiente. Essa imagem trabalhada na
cenografia usava as sombras de pontuação. O nazismo seria, portanto, esse
personagem fantasmagórico que surgia da mente desvairada de internos em hospício.
O filme
criou uma escola. E ela sobreviveu ao horror de Hitler. Sem o alicerce
expressionista não teria existido o “filme noir” que surgiu na Hollywood dos
anos 1940.
Impossível
estudar historia do cinema sem conhecer “Caligari”. Hoje ele faz a Sessão com Musica
do Olympia(o original , de 1920, é mudo). Classico legitimo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário