sábado, 2 de abril de 2016

Conspiração e Poder

"Conspiração e Poder”(Truth)baseia-se no livro “Truth and Duty: The Press, the President, and the Privilege of Power"de Mary Mapes,personagem de um escândalo que abalou o meio jornalístico em 2004 quando a rede CBS de televisão abordou a possível mutreta que isentou o presidente George W. Bush,agora em processo de reeleição, do serviço militar, fazendo com que ele não fosse para a guerra no Vietnam.
         O filme que tratou friamente o livro é o primeiro do roteirista James Vanderbilt como diretor, ele muito conhecido pelos roteiros de “Zodíaco” e “O Homem Aranha”. Seria bem melhor para a atriz Cate Blanchett que faz o papel da produtora do programa televisivo(”60 Minutos”), ela que se candidatou ao Oscar por “Carol”e perdeu.  Robert Redford é Dan Rather, o ancora veterano na profissão que decide se aposentar quando a empresa despede a sua colega.
         Um filme muito bem narrado e muito oportuno a tratar de jornalismo na época em que “Spotlight” surge ganhando as atenções.
         Vi “Truth” e em seguida revi “Todos os Homens do Presidente”(All the President’s Man) de Alan Pakula, oportunidade de comparar os fatos. Ali, dois repórteres do “The Washington Post” descobrem a espionagem ligada ao recém-reeleito presidente Nixon partindo da invasão em uma sala do Partido Democrata, seu opositor. Dá para se perceber que Mary Mape foi traída por uma entrevista com o velho militar que chegou a ser superior de Bush na época em que o depois presidente era um aviador a prestar serviço numa base americana. Os que ajudaram na renuncia de Nixon foram mais felizes até porque mais exigentes nas investigações.

         O jornalismo vem tendo sorte em cinema. Valeria uma retrospectiva sobre o tema numa das salas especiais. E elas é que possivelmente vão exibir “Conspiração e Poder” já que a estreia comercial brasileira limitou-se ao sudeste. Se isto acontecer em tempo hábil será um dos meus melhores filmes deste ano.

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