terça-feira, 26 de abril de 2016

Mowgly

                A melhor versão para o cinema do livro de Rudyard Kipling(1865-1936) “The Jungle Book” (Mowgly,o Menino Lobo) foi a de 1947 dirigida por Zoltan Korda com Sabu(Selar Shaik Sabu/1924-1963)o garoto indiano que o documentarista Robert Flaherty(de “Nanook,o Esquimó”) descobriu no interior indiano(o pai de Sabu era um condutor de elefantes). Ele começou carreira com “O Menino e o Elefante”(The  Elephant Boy) de 1937 dirigido por Flaherty e já com a participação de Zoltan Korda.
         Sabu teve boa carreira no cinema inglês. Em 1947 ele esteve aqui em Belém fazendo “O Fim do Rio”(The End of the River)para a empresa de Korda com direção de Derek Twist. Era Manoel, um índio brasileiro que vivia uma aventura na capital paraense. Sua companheira de elenco era a jovem Bibi Ferreira, então com 22 anos.  Bem, o ator que morreu cedo vitima de enfarte, deixa saudades quando a gente vê o “Mowgly” da Disney ora em cartaz nos cinemas mundiais. Não que o garoto Neel Sethi faça vergonha, mas o filme exala falsidade a partir do calção do personagem, uma peça de loja fazendo a vez de um artefato selvagem(?).
         Os bichos falam como no desenho que a própria Disney realizou e que foi o ultimo a ter a supervisão do próprio Walt. Mas a ingenuidade do trabalho de Korda e mesmo o pitoresco da animação de 1966 passa ao largo. Fica, naturalmente, a fantasia do autor da historia que pertencia ao time colonialista que Mahatma Gandhi perseguiu. Um filme sem brilho, por aqui aviltado pela dublagem que sempre impõe o que é falso.

         Curioso é que este novo “Mowgli” faz boa carreira comercial em seu país de origem. Aliás, a Disney nada em ouro e basta citar o recente “Star Wars”para se ter noção de quanto ela fatura. Como as novas plateias desconhecem o que veio antes, vivem a fantasia de Kipling como é servida em novo roteiro. De minha parte acho que é filme para ver em casa. E com a prudência de porco espinho...

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