A
melhor versão para o cinema do livro de Rudyard Kipling(1865-1936) “The Jungle
Book” (Mowgly,o Menino Lobo) foi a de 1947 dirigida por Zoltan Korda com Sabu(Selar Shaik Sabu/1924-1963)o garoto indiano que o documentarista
Robert Flaherty(de “Nanook,o Esquimó”) descobriu no interior indiano(o pai de
Sabu era um condutor de elefantes). Ele começou carreira com “O Menino e o
Elefante”(The Elephant Boy) de 1937
dirigido por Flaherty e já com a participação de Zoltan Korda.
Sabu
teve boa carreira no cinema inglês. Em 1947 ele esteve aqui em Belém fazendo “O
Fim do Rio”(The End of the River)para a empresa de Korda com direção de Derek
Twist. Era Manoel, um índio brasileiro que vivia uma aventura na capital
paraense. Sua companheira de elenco era a jovem Bibi Ferreira, então com 22
anos. Bem, o ator que morreu cedo vitima
de enfarte, deixa saudades quando a gente vê o “Mowgly” da Disney ora em cartaz
nos cinemas mundiais. Não que o garoto Neel Sethi faça vergonha, mas o filme
exala falsidade a partir do calção do personagem, uma peça de loja fazendo a
vez de um artefato selvagem(?).
Os
bichos falam como no desenho que a própria Disney realizou e que foi o ultimo a
ter a supervisão do próprio Walt. Mas a ingenuidade do trabalho de Korda e
mesmo o pitoresco da animação de 1966 passa ao largo. Fica, naturalmente, a
fantasia do autor da historia que pertencia ao time colonialista que Mahatma
Gandhi perseguiu. Um filme sem brilho, por aqui aviltado pela dublagem que
sempre impõe o que é falso.
Curioso
é que este novo “Mowgli” faz boa carreira comercial em seu país de origem. Aliás,
a Disney nada em ouro e basta citar o recente “Star Wars”para se ter noção de
quanto ela fatura. Como as novas plateias desconhecem o que veio antes, vivem a
fantasia de Kipling como é servida em novo roteiro. De minha parte acho que é
filme para ver em casa. E com a prudência de porco espinho...
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